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Outras Informações - Bienal dos Piores Poemas Discurso da 3a Bienal dos Piores Poemas Tema: O mar - 18 de dezembro de 2002
Neste momento temos a honra de dar início à abertura da Bienal dos Piores Poemas 3 com a leitura do discurso permanente da Bienal dos Piores Poemas que já foi lido na Primeira Bienal dos Piores Poemas – no ano de 1998, na Segunda Bienal dos Piores Poemas em 2000 e neste momento será lido na Terceira Bienal dos Piores Poemas – 2002 e continuará a ser lido nas próximas edições em 2004, 2006, 2008, 2010... pois o seu imutável conteúdo reflete a fixa idéia inflexível das Bienais dos Piores Poemas a serem realizadas impreterivelmente a cada dois anos. A Bienal dos Piores poemas é evento inédito em Belo Horizonte que vem literalmente balançando a cabeça de muita gente, e por um bom motivo. Sabemos muito bem que paira no ar um saudável questionamento sobre a razão intrínseca que justifique um evento desta natureza. Porque a BPP 3? É o que todos se perguntam. E esta é uma boa pergunta! No entanto responder a ela seria o mesmo que confabular com as regras das academias as quais questionamos! No máximo poderíamos dizer: Por que a BPP 3? Porque sim. Do contrário teríamos dito: Porque não. E nada disso estaria acontecendo. A realidade deste fato por si só já não explicaria tudo? Mas não queremos frustrar totalmente o desejo de uma justificativa que, naturalmente se manifesta no nosso interlocutor. A título de colaboração poderíamos dizer que / na base de tudo isto está aquilo que definiríamos como: / o conceitual pairando sobre e contra qualquer / tentativa de boicote a esta iniciativa por parte de incautos que sobrevivem mergulhados nas águas culturais de referências legítimas, outorgadas por instituições ditas oficiais e conseqüentemente totalmente merecedora de crédito, igualmente o-fi-ci-al. Acrescentaríamos ainda que o que / de conceitual está implícito no evento está implícito no poema de cada um / e de todos aqueles que nos premiaram com a sua valorosa colaboração. Quem escreveu sabe muito bem porque escreveu mesmo que, ao investir neste gesto comprometedor, tem agido sobre um impulso irrefreável daquilo que chamaríamos de um ato falho, o qual classificamos como a mais verdadeira contribuição / interditada pelo consciente mas amplamente liberada pelo inconsciente, capaz de revelar o que de mais profundo habita nossos corações e mentes. Sendo totalmente avessos às palavras supérfluas que poluem o universo das verdades inteiras vamos nos restringir ao que de mais necessário se faz na composição de um discurso de abertura oficial de uma Bienal Anti - Literária, com tudo que implica o uso deste ícone na nossa cultura em constante gestação de novidades. Sejamos sinceros. Alguém explicaria o leve sorriso que se esboça nos lábios de nosso interlocutor ao perguntarmos: você gostaria de ser premiado na Bienal dos Piores Poemas? Saudade dos tempos em que a auto-censura era diluída pelo próprio ensejo de se expressar livremente? Ou...Ora! Sem falsas hipocrisias! Vamos dar vazão aos nossos desejos mais profundos de sermos famosos pelos quinze minutos a que temos direito, mas antes de tudo...famosos!!!! E porque não dizer, depois disso.......gloriosos! A nós o direito de verve original e se possível... do prêmio autoral!!! Abaixo as falsas gramáticas do saber obsoleto, que andam empoeirando os porões do conhecimento. Nosso mais sincero clamor à luz da razão razoável conivente com a linguagem fluida que deveria permear nosso linguajar poético a ser ramificado para nossa fala cotidiana, garantindo, aí sim, a eficácia de nossa comunicação interpessoal. Por uma fala autêntica e verdadeira convictos de que: como diria Paulo Leminski “ Distraídos Venceremos” e nossos votos de que juntos engulamos o século 21.
· Marcelo Dolabela |