A Irlanda é um país marcado pela influência
de vários povos como os celtas, vikings, ingleses e
escoceses que por lá passaram e deixaram traços
que hoje ajudam compor a História deste país.
Quando a Irlanda é integrada ao Reino Unido, a luta
política pela independência começa a se
formar fazendo surgir movimentos, personagens e grupos marcantes
como IRA.
Todos os dados nos levam a pensar que o conflito na Irlanda
seja apenas ligado à questão religiosa, mas
através de uma avaliação mais minuciosa
percebemos que a religião apenas serve de pano de fundo
para questões maiores. A divisão religiosa católicos
e protestantes desencadeou muitas polêmicas e definições
que mascaram os verdadeiros fatores do conflito.
A verdadeira raiz do conflito, que muitas vezes é reduzida
à questão religiosa, na verdade envolve questões
políticas e principalmente econômicas.
A proclamação da república na Irlanda,
não foi suficiente para conter o conflito, pois a parte
do Norte permanece integrada ao Reino Unido. Os ataques continuavam
e uma mudança se tornava cada vez necessária.
Posteriormente, diante da necessidade de se promover a Paz,
os dois lados depois de muitas idas e voltas criam condições
para a assinatura de um Tratado. Este que de certa forma conseguiu
conter um pouco os ânimos e permitiu que o país
aos poucos fosse se recuperando da ferida. Mas este Tratado
não impediu que novos conflitos surgissem.
Na Irlanda, o fato das bases da sociedade ter sido construída
sob um histórico de dominação, fez com
que a cultura em sua construção fosse baseada
nestas experiências. Ao nascerem os irlandeses aprendem
a odiar a dominação britânica e criam
com isso, um conjunto de valores éticos e morais que
transformam o inadmissível (para as pessoas que estão
de fora) como o terrorismo e o assassinato a sangue frio,
em coisas normais e necessárias.
Assim como os idealizadores deste Tratado, espera-se que algum
dia a Paz venha realmente a se concretizar.
Irlanda sangrenta: uma questão religiosa?
Todos os dados nos levam a pensar que o conflito na Irlanda
seja apenas ligado à questão religiosa, mas
através de uma avaliação mais minuciosa
percebemos que a religião apenas serve de pano de fundo
para questões maiores.
A disputa entre católicos e protestantes possui um
caráter político e econômico. Para comprovar
basta voltar no tempo até a época da Reforma,
que foi o movimento responsável pela quebra da unidade
católica movimento este impulsionado pela força
de uma burguesia insatisfeita com os entraves criados pela
Igreja.
Antes da Reforma, a Igreja era a maior detentora de riquezas
existente, considerada uma força econômica, que
possuía grandes extensões de terra e fortuna
(obtida através de cobrança de dízimos
e dos benefícios feudais), além disso, era dona
dos dogmas que manipulavam a conduta dos homens fazendo-os
agir conforme seus interesses.
A burguesia conseguiu quebrar a hegemonia econômica
católica dando força para o desenvolvimento
do nacionalismo onde vários príncipes aderiram
às novas idéias como forma de se libertar da
interferência Papal e conseguir, por meio do confisco
de propriedades da Igreja Católica em seus territórios,
maiores recursos financeiros.
Na Inglaterra, a Reforma foi iniciada por Henrique VIII e
consolidada por sua filha Elizabeth I. O pretexto foi a divergência
entre Henrique VIII e a Igreja católica referente a
seu divórcio de Catarina de Aragão. Diante da
negação da Igreja ao seu pedido, Henrique VIII
proclama-se Chefe da Igreja, fundando a Igreja Anglicana.
Influenciado por esta mudança, a Inglaterra começa
a expandir as idéias de sua Igreja em seus territórios.
Aos olhos dos protestantes ingleses, a Igreja Católica
seria responsável pela abertura de um canal que aproximaria
da Espanha, sua arquiinimiga da Inglaterra. Para os ingleses
isto não poderia acontecer, pois para eles só
os protestantes poderiam exercer o domínio sobre país,
uma vez que eles, ao contrário dos católicos
que rezavam e esperavam a recompensa divina, os protestantes
trabalhavam e faziam por merecer dominar e explorar este país.
Neste âmbito, os protestantes invadiram as terras dos
católicos e distribuíram para colonos ingleses,
escoceses e irlandeses não-católicos. O restante
do povo ficou com a porção de terra mais pobre,
o que levou a população católica a uma
onda de miséria e fome, obrigando-os a migrar para
outros países, principalmente para os EUA. Os que ficavam
sofreram o domínio inglês que impunha suas leis
e usavam a religião como elemento político útil
de dominação.
A raiz do conflito de perdeu diante do tempo, mas suas marcas
permanecem expostas ainda hoje.