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Palestra:

A questão Irlandesa

16 de junho de 2003

 

A Irlanda é um país marcado pela influência de vários povos como os celtas, vikings, ingleses e escoceses que por lá passaram e deixaram traços que hoje ajudam compor a História deste país.
Quando a Irlanda é integrada ao Reino Unido, a luta política pela independência começa a se formar fazendo surgir movimentos, personagens e grupos marcantes como IRA.
Todos os dados nos levam a pensar que o conflito na Irlanda seja apenas ligado à questão religiosa, mas através de uma avaliação mais minuciosa percebemos que a religião apenas serve de pano de fundo para questões maiores. A divisão religiosa católicos e protestantes desencadeou muitas polêmicas e definições que mascaram os verdadeiros fatores do conflito.
A verdadeira raiz do conflito, que muitas vezes é reduzida à questão religiosa, na verdade envolve questões políticas e principalmente econômicas.
A proclamação da república na Irlanda, não foi suficiente para conter o conflito, pois a parte do Norte permanece integrada ao Reino Unido. Os ataques continuavam e uma mudança se tornava cada vez necessária.
Posteriormente, diante da necessidade de se promover a Paz, os dois lados depois de muitas idas e voltas criam condições para a assinatura de um Tratado. Este que de certa forma conseguiu conter um pouco os ânimos e permitiu que o país aos poucos fosse se recuperando da ferida. Mas este Tratado não impediu que novos conflitos surgissem.
Na Irlanda, o fato das bases da sociedade ter sido construída sob um histórico de dominação, fez com que a cultura em sua construção fosse baseada nestas experiências. Ao nascerem os irlandeses aprendem a odiar a dominação britânica e criam com isso, um conjunto de valores éticos e morais que transformam o inadmissível (para as pessoas que estão de fora) como o terrorismo e o assassinato a sangue frio, em coisas normais e necessárias.
Assim como os idealizadores deste Tratado, espera-se que algum dia a Paz venha realmente a se concretizar.


Irlanda sangrenta: uma questão religiosa?

 

Todos os dados nos levam a pensar que o conflito na Irlanda seja apenas ligado à questão religiosa, mas através de uma avaliação mais minuciosa percebemos que a religião apenas serve de pano de fundo para questões maiores.
A disputa entre católicos e protestantes possui um caráter político e econômico. Para comprovar basta voltar no tempo até a época da Reforma, que foi o movimento responsável pela quebra da unidade católica movimento este impulsionado pela força de uma burguesia insatisfeita com os entraves criados pela Igreja.
Antes da Reforma, a Igreja era a maior detentora de riquezas existente, considerada uma força econômica, que possuía grandes extensões de terra e fortuna (obtida através de cobrança de dízimos e dos benefícios feudais), além disso, era dona dos dogmas que manipulavam a conduta dos homens fazendo-os agir conforme seus interesses.
A burguesia conseguiu quebrar a hegemonia econômica católica dando força para o desenvolvimento do nacionalismo onde vários príncipes aderiram às novas idéias como forma de se libertar da interferência Papal e conseguir, por meio do confisco de propriedades da Igreja Católica em seus territórios, maiores recursos financeiros.
Na Inglaterra, a Reforma foi iniciada por Henrique VIII e consolidada por sua filha Elizabeth I. O pretexto foi a divergência entre Henrique VIII e a Igreja católica referente a seu divórcio de Catarina de Aragão. Diante da negação da Igreja ao seu pedido, Henrique VIII proclama-se Chefe da Igreja, fundando a Igreja Anglicana. Influenciado por esta mudança, a Inglaterra começa a expandir as idéias de sua Igreja em seus territórios.
Aos olhos dos protestantes ingleses, a Igreja Católica seria responsável pela abertura de um canal que aproximaria da Espanha, sua arquiinimiga da Inglaterra. Para os ingleses isto não poderia acontecer, pois para eles só os protestantes poderiam exercer o domínio sobre país, uma vez que eles, ao contrário dos católicos que rezavam e esperavam a recompensa divina, os protestantes trabalhavam e faziam por merecer dominar e explorar este país.
Neste âmbito, os protestantes invadiram as terras dos católicos e distribuíram para colonos ingleses, escoceses e irlandeses não-católicos. O restante do povo ficou com a porção de terra mais pobre, o que levou a população católica a uma onda de miséria e fome, obrigando-os a migrar para outros países, principalmente para os EUA. Os que ficavam sofreram o domínio inglês que impunha suas leis e usavam a religião como elemento político útil de dominação.
A raiz do conflito de perdeu diante do tempo, mas suas marcas permanecem expostas ainda hoje.


 

 

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