HISTÓRICO
BLOOMSDAY,
DIA INTERNACIONAL DE JAMES JOYCE
COMEMORAÇÕES
DO GRUPO OFICCINA MULTIMÉDIA DA FEA
Neste ano de 2003
o Grupo Oficcina Multimédia (da Fundação
de Educação Artística) completa 07 anos de comemorações
do Bloomsday, o dia internacional do escritor
James Joyce. Estes eventos foram sempre pautados num espírito de
festa cuja tônica recaía na irreverência e no espírito
de uma criação artística, livre de qualquer censura,
se manifestando nas performances e instalações construídas
pelo Grupo Oficcina Multimédia e demais interessados. Neste painel
de performances e colaborações, incluíram-se também
cientistas, videomakers, literatos, além de curiosos de outras
áreas afins.
CRONOGRAFIA
DOS 15 ANOS DE BLOOMSDAY DO GOM
1990/1991- INSTALAÇÃO
DO BLOOMSDAY EM BH TENDO COMO PONTO DE PARTIDA A TRILOGIA DE JOYCE DO
GOM INICIADA EM 1989
1990
- A primeira comemoração do Bloomsday aconteceu no ano de
1990, uma vez que estávamos impregnados da literatura Joyceana,
e dávamos seqüência à trilogia Joyce que iniciamos
em 1989 com o espetáculo “Navio-noiva
e Gaivotas”. O evento aconteceu no cine club do então
Instituto Goethe, onde passamos o filme “Os
vivos e os mortos” (baseado num conto da obra “Contos
dublinenses” de Joyce) de John Houston, precedido de uma
palestra de Magda Fernandes Tolentino Velloso, doutora em Joyce. A emoção
da platéia foi enorme, uma vez que era o último filme do
cineasta irlandês que havia morrido recentemente. Emocionava também
perceber que Magda, a palestrante dividia com o cineasta, e com a platéia,
a mesma paixão por um país que daria ao mundo James Joyce,
um escritor revolucionário, cuja literatura mudaria para sempre
o curso das letras. Magda Fernandes Tolentino Velloso a partir de então,
tem nos acompanhando nas diversas comemorações que se sucederam
e se repetiram até os dias de hoje.
1991
- No ano seguinte, 1991 estendemos a comemoração
do 16 de junho para o teatro Francisco Nunes e inserimos, após
a palestra/filme, a apresentação de um fragmento de “Alicinações”,
terceiro espetáculo da trilogia Joyce do Grupo Oficcina Multimédia.
No foyer do teatro foi montado um serviço de chá que se
prolongou noite adentro com discussões literárias e trocas
de informações. Apesar da receptividade do público,
fizemos uma interrupção na realização destas
comemorações e retornamos no ano de 1997 para então
criarmos um compromisso irreversível com o Bloomsday.
1997/1998- PERÍODO ERÓTICO
DO BLOOMSDAY
1997
- Em 1997, retomamos o Bloomsday
e, neste ano, um grupo pequeno de artistas se reuniu no galpão
da FEA, (Fundação de Educação Artística)
então instalada na R. Grão Mogol, número 678. Para
ouvir Joyce, ao som de música ao vivo e de uma “instalação
plástico sonora” versando sobre o tema. O evento foi dedicado
à leitura das tórridas cartas que Joyce escrevera à
sua amada Nora Barnacle e que, só recentemente publicadas, revelavam
o lado erótico de um autor que sempre cultuou seu espírito
iconoclasta, derrubando mitos e tabus de toda a espécie. Apoiava
estas leituras, a presença de músicos e dançarinos
que improvisavam tendo como suporte cênico, a imagem desnuda de
uma atriz, numa alusão à figura provocadora de Nora
Barnacle, a mulher que iria iniciar Joyce sexualmente e se instalar
como sua companheira de vida até a morte.
O motivo de trazer à tona este tema
justificava-se, uma vez que, a força da liberação
sexual impulsionada por Nora no então jovem escritor, saído
de uma rígida educação religiosa, estaria presente
em toda a obra de Joyce e transformaria Nora Barnacle numa espécie
de musa inspiradora pouco convencional, em se tratando de uma camareira
avessa às artes e à própria escrita de Joyce. Nora
Barnacle seria uma referência para os futuros personagens femininos
de Joyce, entre eles a Molly Bloom de Ulisses, obra que consagrou o autor.
Nesta mesma noite, os presentes puderam assistir a um filme também
polêmico, “O império dos sentidos”
(do japonês Nagisa Oshima) cuja temática girava em torno
da questão sexual homem / mulher, onde o cineasta radicalizava
uma abordagem passional de uma relação de prazer levada
ao extremo.
Vale lembrar que, o dia 16 de junho, para
o próprio Joyce, iria ser envolto numa aura mística, uma
vez que marcava a sua inserção nos prazeres do sexo. Em
conseqüência, Joyce levaria esta data ao nível de uma
“epifania” e dedicaria à ela toda a ação
de “Ulisses”. Nora seria a responsável
pela própria revelação sexual de Joyce que, em retribuição
teria lhe endereçado a famosa frase: “Você
fez de mim um homem!. O dia 16 de
junho, foi também o escolhido como dia
internacional de Joyce, que passou a receber o nome de Bloomsday,
marcando o momento em que o mundo inteiro o reverencía como o maior
escritor do século XX.
1998
- O ano de 1998 seria voltado para uma atmosfera erótica mais radical,
e teria lugar num galpão alternativo situado na periferia da cidade,
hoje demolido. Este evento acolheria um público específico
que iria comparecer, atraído pela divulgação boca
a boca. No programa, incorporava-se um número significativo de
performances além da presença de vários artistas
de todas as áreas, e videomakers trazendo suas vídeo/instalações
inéditas. Nesta ocasião, acabava de chegar no mercado o
produto VIAGRA, uma promessa de felicidade,
que iria “salvar” o mundo masculino de suas próprias
deficiências sexuais. Instalou-se o espaço para uma performance
que teria como título: “O fenômeno
VIAGRA” que consistia em um pseudolaboratório, onde
um cientista vendia este produto numa língua estranha acompanhado
de tradução simultânea fazendo a propaganda explicita
das virtudes do VIÁGRA. Uma engrenagem
mista, atriz e objetos cênicos, envolvia uma personagem nua, que
recebia à distancia, o estímulo sexual simbólico
de um balão de borracha que lentamente se inflava e desinflava
com poderosa capacidade de repetição. Como suporte desta
performance uma frase de Joyce”.
O homem, a mulher,
o amor, o que é isso? Uma rolha e uma garrafa” (Cap.Circe
pág 550 de Ulisses- J.Joyce)
No espaço, outras instalações
faziam referência a personagens femininas de Joyce como Ana Lívia
Plurabelle em: O banho e a toilette de “Annushka
Lutetiavitch Pufflovla” no seu boudeloire (frag. 9 de F.Wake).
Nesta performance, um ator nu dançava tendo como subtexto para
seu repertório de movimentos, a imagem de um banho poético,
onde ele se ensaboava e se acariciava enquanto esboçava passos
de uma dança sensual.
Nesta edição, foram passados
dois filmes em vídeo, um deles do videomaker Fábio Carvalho
- “Caldas da Rainha”. Neste
vídeo, uma prostituta era entrevistada e dava depoimentos sobe
sua profissão. Paralelamente este filme fazia uma alusão
às relações homem/mulher em Ulisses. O outro: “Querida
Nora, minha flor azul escura...alguma coisa de poeta eu ainda tenho”,
referia-se à relação afetiva de Leopold Bloom e Molly
Bloom no capitulo final de Ulisses.
A performance: “Fornicopulação
de HCE e ALP e seus 04 julgadores” (frag 14 de F. Wake-de
J Joyce) compreendia atores/bailarinos que dançavam dentro de uma
quadra, simbolizando um ringue, tendo como sub texto uma reação
física ao julgamento masculino. Esta resposta agressiva se manifestava
não só nas palavras como também nas suas ações
físicas. Em “Infantina Isobel, Mme.
Isa Veuve la Belle, recolhe os destroços do marido despedaçado
para curá-lo” (frag 13 de F. W de J Joyce), uma atriz
mexicana vestida de gueixa dançava num corredor iluminado enquanto
recolhia peças esparsas numa referência aos destroços
de HCE . Duas performances teriam como subtexto à intimidade domiciliar
do artista enquanto criador: “O retrato do
artista em seu domicílio, emurado em sua pesquisa como num intestino
fedornicho” quando três atores nus, com o corpo coberto
de lama, defecavam em cena numa alusão a introspecção
visceral do escritor solitário, isolado e abandonado à sua
própria pulsão de escritor incompreendido.Na outra performance,
“Antropofagia ilustrada” um
homem era trazido à cena numa mesa, totalmente nu, estirado numa
bandeja gigantesca, como um prato especial em dia de banquete, e confeitado,
com guarnições e guloseimas culinárias tais :azeitonas,
tomate, alface, cenouras, nabos, hortelã, salsinha cebola etc.
Em cena uma atriz quase desnuda passava maionese sobre o corpo/comida
e solicitava a presença do público para deliciar-se com
aquele manjar dos deuses. A intenção antropofágica
da cena era provocar, naquele que era servido e “comido” pelos
participantes, uma excitação que o fizesse reviver e reagir
aos seus antropófagos, afastando-os ou acolhendo-os. O subtexto
correspondia a uma frase extraída de Ulisses, A
Sibila Velada : “Sou uma bloomista e glorio-me disso. Creio nele
apesar de tudo. Daria minha vida por ele, o homem mais gozado do mundo”
(de Ulisses- cap. Circe- pág. 543-J Joyce) Textos de Joyce eram
projetados na parede, promovendo um contato direto da platéia com
a escrita deste escritor.
Participaram desta edição:
Gustavo Pains, Gustavo Brandão, Victor Fernando, Luna Morais, Luis
Querubini, Eva Queiroz Ivo Diniz, Paulo Pimentel, Juliana Guerra, Yasmíne
Costa, Gabriela Saldanha, João Rocha, Bianca Chiari, Ildeu Ferreira.
1999
- No ano de 1999 o Bloomsday passou a ser comemorado em
dois dias consecutivos. Enquanto uma data priorizava a manifestação
criativa radicalmente experimental, a outra envolvia uma reflexão
sobre um tema relacionado a James Joyce. Este ano, era também muito
significativo porque não só estávamos vivendo a transição
do milênio como também promovíamos a inauguração
oficial do novo espaço da Fundação de Educação
Artística, o espaço Zona Leste.
(Maestro Dele de Andrade 1010-Santa Efigênia) O nome Zona
foi inspirado no filme “Satlker”
do cineasta russo Andrei Tarkovski. Queríamos para este espaço
aquilo que, no filme, foi designado como um local
de manifestações e realizações dos desejos
inconscientes. A partir de então o Grupo oficcina Multimédia
passaria a desenvolver sua pesquisa cênica , montar espetáculos
(Zaac e Zenoel , Indigestão
e A casa de Bernarda Alba) e promover eventos
culturais neste espaço, batizado a partir de então com o
nome Zona Leste. Foi com o objetivo de limpar
os maus augúrios para uma nova etapa na vida cultural do Oficcina
Multimédia, que promovemos neste ano de 1999, um verdadeiro ritual
de exorcismo. O chamado para o evento tinha o tom de uma convocação
pois pedíamos ao público que trouxesse de casa: “aquele
talão de cheque vencido, calendários do ano anterior, extrato
bancário já conhecido, cartas de ex-namorados, canetas sem
tintas, chaves em desuso agendas antigas,catálogos de telefone
velhos, aquele bilhete de megasena já vencido,...” e
todo aquele arsenal de lixo urbano que atravanca nosso cotidiano. Tudo
isto iria ser queimado num grande caldeirão que estaria instalado
no espaço num Festim Diabólico,
cujo cerimonial iria nos exorcizar dos restolhos de um cotidiano burocratizado
e nos defender contra “os augúrios de um palramento de
gralhas e os auspícios daquela nuvemcorvo..” .(ext.
de F Wake de J Joyce) Recepcionava o público atores do Multimédia,
trajando um figurino montado nos moldes de Archimboldo, ou seja, composto
de folhas de acelga, berinjelas verdes e roxas, cascas de laranja, alface,
tomates e toda a sorte de legumes e frutas.A montagem de cada uma destas
roupas criadas no corpo de cada autor, durava um período de duas
horas, ou mais, e foram assinadas por Ione de Medeiros. Depois de montadas,
cada um dos atores desenhava sua própria roupa, e guardava as folhas,
frutos e legumes de sua própria roupa, para que posteriormente
pudessem se vestir sozinhos. O que não contávamos era que,
depois de algumas horas as folhas iam murchando, perdiam a textura e o
frescor inicial, o que nos obrigou a uma corrida ao mercado mais próximo
para substituições feitas às pressas. Ao entrar no
espaço, o público sentia um cheiro forte de defumador e
ia depositando seus pertences num enorme latão .Tudo ia sendo despejado
e queimado num caldeirão fumegante, instalado num canto da sala
, envolto num ambiente bucólico montado com galhos de árvores
e terra espalhada pelo chão.
Fazia parte do programa uma performance
“Joyce coração de cristal”
do Gomirim (Grupo de jovens interessados na pesquisa multimeios do GOM)
que constava de ritmos vocais extraídos de palavras inventadas.
Como suporte plástico laminas de acrílicos eram manipuladas
pelos jovens atores e nelas projetava-se efeitos de luzes criando um ambiente
de constelações mágicas. Nesta edição,
uma vídeo/instalação, inédita, “Querida
Nora”, compunha-se de uma atriz dentro de uma caixa. Suas
ações limitadas seriam reveladas através de uma câmera
interna que reproduzia estas imagens numa tela em formato gigante.
Um banda musical composta de acordeom, violão,e marimba de vidro
tocava um blues especialmente composto para a ocasião
enquanto uma atriz lia trechos de Molly Bloom. Uma performance/construção/plástica:
Circe em seu Labirinto foi montada num canto
da sala e sonorizada em Cd por Luciano Berio. Na parede foram projetados
textos de Finnegans Wake além de ilustrações eróticas
dos anos 20. Nesta comemoração serviu-se caldo de mandioca
e choconhaque, além de cerveja e dança.
Participaram desta edição:
alunos do Gomirim, Eva Queiroz, João Rocha, Silvia Souza Lima,
Nara Mello, Rafael Otávio, Sergio Borges, Pablo Lobato, Ronaldo
Macedo, Mônica Ribeiro, Josefina Cerqueira, Tattá Spalla,
Ione de Medeiros. Fernanda Alvarenga, Juliana Guerra, Paulo Pimentel,
Victor Fernando , Leandro Acácio.
2000
- Iniciamos o ano 2000 investindo na experimentação radical
e estimulando os atores a desenvolver e assumir sua própria criação.
Numa proposta provocativa, vendíamos ao preço de 5.00 reais
o metro quadrado, um espaço para a ação cênica
dos interessados. Com este objetivo, cada um elegeu e pagou por um pedaço
da sala e ali montou sua instalação sonora/visual no espaço
Zona Leste. A performance ficava por conta
do autor da “obra” e podia incluir (ou não) a participação
da platéia. Estas performances ocuparam todo o galpão Zona
Leste, desde o “sótão”, ou seja o espaço
que ficava no alto, junto da caixa d’água exigindo o uso
de uma escada de mão para se chegar nele, até cantinhos
obscuros desafiando a atenção do espectador. Ali um ator
(Rafael Otávio) instalou seu pequeno/grande
mundo moderno “Duo ou dreno”
entulhado de todos os badulaques encontrados, componentes de um mundo
de quinquilharias supérfluas que interferem e distanciam o indivíduo
de sua própria essência. Ali, ele comia, de tudo, sem nenhum
critério lógico, misturando cerveja com banana, e oferecia
alimentos para o público que o visitava.
As performances faziam evocação
a épocas variadas, tais como “Na mosca”,
onde o ator (Leandro Acácio) evocava
épocas antigas, vestia-se como um guerreiro medieval e lançava
ovos com uma catapulta rústica, móvel, montada num carrinho
de mercearia, tendo como alvo um manequim representando um corpo humano
fixo na parede. A platéia também podia fazer suas tentativas
e comemorava-se cada acerto como se fosse um grande feito. Num canto da
sala, uma atriz (Juliana Guerra) montou
um espaço “Kapsula” com
cacos de espelho que, espalhados no chão, dos lados e em cima no
teto, transformavam o lugar numa espécie de nicho sideral caleidoscópico,
que se multiplicava ao infinito pelas reproduções das próprias
imagens, incluindo a da atriz, enfurnada no seu labirinto. Ali ela permanecia,
imóvel trajando uma roupa prateada em perfeita sincronia e mimetismo
com toda aquela magia. “Nora na Gangorra”
(Paulo Pimentel) performance, onde um ator, de quase 2 metros de
altura, travestido de mulher circulava pelo espaço, com seios descobertos
feitos de borracha, peruca e vestido longo. Enquanto andava, fazia gestos
femininos, tentando atrair os garotos para que se aproximassem e mamassem
em suas tetas artificiais. Nora tinha uma comunicação direta
com o personagem responsável pela “Fountain 2.000”
(Ione de Medeiros). Nesta performance, uma mulher, vestida com roupas
brancas de hospital e usando na cabeça uma touca montada com copos
brancos de plástico virados para cima, recebia os fregueses de
Nora, e os purificava dando-lhe de beber água da fonte. Sem lhes
tocar, fazia-os virar a cabeça para o alto e despejava-lhes a água
na boca aberta, reproduzindo em cada um, com este gesto, a mesma idéia
da fonte. Esta instalação, além de fazer uma alusão
a obra de Marcel Duchamp, tinha a intenção de dividir ao
meio o espaço cênico, como uma grande artéria viva,
ocupando a sala em todo o sentido horizontal, permitindo que ali fluísse
água, no lugar de sangue, numa alusão à necessidade
de uma purificação da humanidade. De onde vinha esta água?
Esta água vinha de uma descarga de banheiro montada no teto. Para
ativá-la, era necessário subir uma escada e puxar-lhe a
corda. Uma vez acionada, a água descia até uma privada de
louça, montada em cima de um latão, e seguia por um enorme
tubo de pvc até desaguar na piscina, feita com tijolos e uma lona
de caminhão, tendo como acabamento uma moldura barroca, branca
com detalhes dourados. Dali, a mulher de branco extraia a água
em copinhos e os despejava na boca aberta de quem estava disposto a bebe-la
e purificar-se. O público também era estimulado a agir e
desencadear este ritual puxando a cordinha da privada. Um outro ator,
(Victor Garcia) montou um “iglu tropical”
feito de panos, serragem e folhas verdes no chão. Vestia-se com
uma fralda de lutador de sumo, uma vez que era fisicamente muito grande
e gordo. Ali ele montou seu ”Manifesto ecológico
dramático pela utilização do tempo aproveitável”,
e gritava sons aleatórios enquanto que ao mesmo tempo se escondia
no seu mínimo iglu. Na realidade, a sua proposta era não
fazer quase nada. Outro ator (Daniel Antony)
escolheu um canto obscuro do espaço vestindo uma camisola fina,
transparente de mulher. Em sua performance “Sem
título” cortava com uma tesoura , mãozinhas
de plástico de hospital, que penduradas num biombo, constituíam
seu cenário particular. Estas mãozinhas estavam recheadas
com um corante líquido vermelho e, ao serem cortadas, iam sujando
não só o ator como todo o espaço. Alternava este
gesto escrevendo nas paredes mensagens para si próprio, uma vez
que eram todas incompreensíveis. Outro ator (Thiago
Gambogi) dançava ao som de uma música de rádio,
ocupando um espaço mínimo ao qual deu nome performático
de “Um metro quadrado”. Uma
instalação com fotos de Joyce penduradas em fios de nylon,
“Espaço não tem preço”
realizada por um videomaker (Gustavo Pains)
fazia um manifesto contra nós, que tínhamos cobrado pelo
uso do espaço, e. confirmando sua postura, não pagou o aluguel.
Outra instalação que utilizou fotos foi “Frame”.
Compreendia, além de fotos, (de João
Castilho) a presença de músicos (Lucas
, Pedro Miranda e Ione Amaral) reproduzindos sons a partir de uma
proposta lúdica, e tendo o frame como subtexto. A partir desta
data contaríamos sempre com a presença de Magda Fernandes
Tolentino Velloso, que, a cada ano, diversificava a abordagem de suas
palestras, sempre pautada na apresentação de filmes de diretores
irlandeses e com temáticas afins com a própria história
da Irlanda.
2001-
Um grupo de jovens atores, promoveu a performance a que demos o nome de
“Os Green Men” tendo como função
ler Joyce para um público diverso. Estas leituras foram feitas
nos ônibus circular 02 A e B, de Belo Horizonte e na estação
Diamante, no bairro Barreiro. A intenção desta comemoração
foi retirar James Joyce dos espaços fechados e acadêmicos,
testando sua linguagem dentro dos ônibus para um público
móvel, que subia e descia,, e os participantes faziam uma parada
nos pontos finais da periferia. Os atores pintaram a cara pintada de verde,
e criaram suas próprias roupas tendo como subtexto a linguagem
dos sonhos. Cada um podia vestir-se de acordo com sua fantasia, tendo
apenas a cor verde, considerada como a cor da Irlanda, um elemento unificador.
O texto foi compilado a partir da tradução de Donald Schüller
e se referia ao primeiro livro do Finnegans Wake. O texto lido, foi escolhido
e editado por Ione de Medeiros: ...................................................“Atenção!
Atenção! Temos porora somadas mil e umestórias, muirecontadas,
do mesmo,urra! urra urra! O aquoso pinguço serragigante Tão
certo porém comabel comeu as rubrossantas maçãs devita,
(o que com buzinaços infernais de rolls-réus,pipedecarros,rolo-de-rodas,triquetraquetrens,roncodemotos,poplaymóveis,transporatadoras,e
o tira de capa, e a mordidela de cadela das voluntárias da pátria
na orelha lá dele e o encanto das boates, percurs, charmantes meiasfabris
a doze pratas a dúzia, e fumaça –bus deslizando aolongo
davenida dos Andradas e trombadinhas trombando em torno da praça
sete-te-cala-meu-chapa- e o fumo e a fama e a forma dos indígenos
urbanos guardas—do capitólio, do palácio da liberdade
escavadores de cascalho, e quantos atropelos e apagões quantos
apelos um para mim um para ti indo advertindo plin pleno delicor. O coco
pesava, a cuia tremia na cachaça dim!... Rolou pela escada. Dom!
Qual múmia caiu duro Dum! Mastabatom, mas-tá-bom. Depois
do casório começa o velório na colina pratodomundo
ver. Eu o teria dito macool..... Macool ..Porra por quiski ocê morreu?
Foi de sede em terça. Merdinha? Chopes aos choupos no do finado
veludo velório, estrelas de tod anação. Havia à
porfia, pedreiros, casados, delgados, deus éosenhor violeiros,
marinheiros, cinemen, perueiros, camelots, os vende-se ouro, os cortacabeloadoisreal,
os limpadores de parabrizas, osmachofemeos e os menores deidade, de tudo,
os não estôaqui prarobá e todos giravam, e todos giravam
na mais alto-falante showialidade. Alguns no tam-tam do tamborim, e mais
camcam no pranto. Pra cima no batuque pra baixo no muque. Adonde neste
bosta y mundo escuitará loisa igual? Acomodaram os salmão
em seu derradiro leito. Ué? Ta duro mas soberbo. Se houve cabra
alegre no tablado era o finnado. Bem, eli repousa estendido de costas
como um desproporcionl babelinho, vamos vê-lo se vemos, se pegamos
se queremos, se assim te parece. E lá! Lamento Lamento (Hoá-Hoá-Hoá!)
em suim-suam-sum e por toda a livvy longa noite a dele dolorida noite
(que bello! Que bello!) O velam. O açúcar do pão
me daí hoje mais o leite de d’amazonas. Ohmém. Assim
cerveja.
Esta intervenção teve
início no dia 15 de junho às 13:00 horas, envolvendo um
grande número de jovens alunos de escolas de Artes Cênicas
e Artes Plásticas, além de leigos interessados. Terminamos
as 17.30 quando nos reunimos no Espaço Zona Leste para troca de
experiências. No dia 16 de junho demos continuidade ao evento, na
Fundação de Educação Artística e dividimos
a seção de filme/palestra de Magda
Velloso com uma instalação cênica sonora “Com
Joyce na cama” ( Mônica Ribeiro, Marcelo Cordeiro e Sergio
Borges). A performance compreendia um cenário composto por
uma cama de casal e uma cadeira onde um vídeomaker, com uma câmera
na mão, registrava a cena do casal na cama, projetando, simultaneamente
à ação dos atores, imagens em vídeo da mesma
cena, ocupando toda a parede do fundo do palco. Nesta mesma noite dois
atores (Rafael Otávio e João Rocha)
leram o texto que no dia 15 tinha sido lido nos ônibus. Desta vez
no entanto, a performance incluía um figurino específico
e o texto foi falado sob a ótica de uma construção
sonora , próxima da música rap. A palestra de Magda
Velloso precedeu o filme exibido, e teve como tema: “A
Irlanda de Joyce em ” Os vivos e os Mortos”, numa referência
ao filme de John Houston do mesmo nome.
2002
- O Bloomsday deste ano teve uma característica bem particular.
Pela primeira vez, interessou-nos a integração com a ciência,
e o desejo de levantar dados sobre um mundo invisível, e, no entanto,
tão próximo de nós. O evento aconteceu no teatro
Francisco Nunes com uma chamada que sustentava sua ideologia: NO MUNDO
SUB/IMERSO IN/VERSO, tudo acontece. Tínhamos como subtexto a seguinte
proposta: “O que está entre eu e você? O que me
cerca que eu não sei, não vejo, não sinto, não
alcanço, não percebo, não pensei que fosse, não
entendo, não conheço, nunca ouvi falar, não explico
?”
A este evento foi dado o nome de Blue’s
Day numa referência à primeira expressão do
astronauta Yuri Gagárin quando entrou na estratosfera: “A
terra é azul”. A frase “O sonho
da razão produz Gaivotas”, ilustrando nosso projeto
gráfico de divulgação (de
Adriana Peliano) referenciava Francisco Goya, e propunha uma saída
poética para nossa própria ignorância. No hall do
teatro uma mostra multimídia falava das últimas pesquisas
científicas: “Do Big Bang a 2002” - imagens nanoscópicas,
mil vezes menores que as microscópicas (com os físicos,
do dep de Física da UFMG, Túlio Jorge dos Santos e Marcos
Pimenta-). Ao lado, as Caixas Surpresas Monte/des/Monte
de Adriana Peliano (UNB), era uma instalação composta de
caixas de todos os tamanhos, que tinham por objetivo promover a desconstrução
entre forma/conteúdo .Um serviço de buffet mantinha o público
no hall, e livros de Joyce eram vendidos pela Livraria Scriptum . Um grupo
de jovens foi responsável pela proposta de construir cada um uma
INDUMENTÁRIA/POEMA que deveria falar
por si própria sem a necessidade de uma fala oral ou escrita. Estas
roupas tinham cada uma o seu título e a marca da diversidade e
da identidade e da diversidade entre elas. Citamos abaixo algumas destas
roupas indumentárias. “Quem sou eu”,
escrito em várias línguas numa grande capa cobria o rosto
do ator - de Escandar Alcici Curi. “O homem
BOOM!”, carregava nas mãos um mecanismo lúdico
apoiando um balão de borracha que poderia explodir a qualquer momento
– de Henrique Torres Mourão. “Mapa”,
uma indumentária feita de mapas do mundo inteiro era vestida pelo
ator - de Leandro Acácio. “Selvagina
Expressão” a atriz/bailarina montou no próprio
corpo uma enorme barriga artificial, cheia de meandros, com uma abertura
que comportava a entrada de uma mão - de Dulce Coppedê. “A
língua”, indumentária fálica, constituída
de uma língua de boi de verdade, montada com uma gravata no pescoço
do ator - de Rafael Otávio. “Era uma
vez uma cidade”, indumentária/objeto, uma vez que
a atriz o carregava para onde fosse. Foi trabalhada como uma maquete de
cidade feita de miniaturas e brinquedos de crianças - de Juliana
Guerra. “Frases coletadas no banheiro”,
vindas numa caixa que o ator carregava consigo e as distribuía
ao público - de Jonnatha Horta Fortes. “Descartável”,
um ator colocou nos pés sapatos de salto alto feito de copinhos
de plástico promovendo um modo de andar muito peculiar –
de Marcos Ferreira.
“O bocão”,
constituída por um capacete que envolvia a cabeça e parte
do rosto tendo uma lupa instalada na frente da boca que a tornava enorme
- de Francisco Cesar. “100 objetos para a
lixeira”: com um poema expresso na indumentária /poema
PRECE/PRESS
O MEU
LIXO
DE CADA DIA
ME DAI HOJE
PERDOAI A MINHA
PREPOTÊNCIA
ASSIM COMO
PERDOO
A DEFICIÊNCIA ALHEIA
NÃO ME DEIXEIS
CAIR EM TENTAÇÃO
LIVRAI-ME
DA
ETERNIDADE
AMÉM
100 OBJETOS PARA A LIXEIRA
1 Minhas opiniões
2 Minha autonomia
3 Minhas convicções
4 Minha sabedoria
5 Minhas declarações
6 Minha simpatia
7 Minhas alocuções
8 Minha bizarria
9 Minhas soluções
10 Minha euforia
11 Minhas abjeções
12 Minha idolatria
13 Minhas depreciações
14 Minha esquizofrenia
15 Minhas imposições
16 Minha misantropia
17 Minhas informações
18 Minha antropofagia
19 Minhas aptidões
20 Minha empatia
21 Minhas funções
22 Minha fisionomia
23 Minhas dimensões
24 Minha autoria
25 Minhas liberações
26 Minha histeria
27 Minhas adequações
28 Minha paralisia
29 Minhas articulações
30 Minha bruxaria
31 Minhas insinuações
32 Minha sinestesia
33 Minhas ligações
34 Minha cronologia
35 Minhas visões
36 Minha anomalia
37 Minhas provocações
38 Minha euforia
39 Minhas exibições
40 Minha serventia
41 Minhas gratificações
42 Minha galantaria
43 Minhas punições
44 Minha tirania
45 Minhas admoestações
46 Minha energia
47 Minhas boas intenções
48 Minha filantropia
49 Minhas simulações
50 Minha anestesia
51 Minhas reivindicações
52 Minha liturgia
53 Minhas decepções
54 Minha apatia
55 Minhas ilusões
56 Minha hegemonia
57 Minhas humilhações
58 Minha aloctomia
59 Minhas escoriações
60 Minha sangria
61 Minhas insubordinações
62 Minha alegoria
63 Minhas celebrações
64 Minha charlatania
65 Minhas perturbações
66 Minha selvageria
67 Minhas impulsões
68 Minha monitoria
69 Minhas contradições
70 Minha entropia
71 Minhas mortificações
72 Minha ortografia
73 Minhas simplificações
74 Minha periferia
75 Minhas intenções
76 Minha fantasia
77 Minhas religiões
78 Minha ortodoxia
79 Minhas prevaricações
80 Minha melancolia
81 Minhas perversões
82 Minha oligarquia
83 Minhas aversões
84 Minha zombaria
85 Minhas sofisticações
86 Minha aristocracia
87 Minhas sensações
88 Minha idiossincrasia
Minhas contradições
89 Minha topografia
90 Minhas louvações
91 Minha garantia
92 Minha reivindicações
93 Minha liturgia
94 Minhas teorizações
95 Minha galhardia
96 Minhas especulações
97 Minha simbologia
98 Minhas tentações
99 Minha valentia
100 Minhas premonições
Este poema foi montado numa roupa/colete
feita de carcaças de computadores velhos. Na parte da frente, um
visor mostrava a primeira parte do poema, nas costas duas telas superpostas
continham os textos referentes aos 100 objetos para a lixeira. Ambos os
visores eram iluminados por dentro com lâmpadas à pilha dando
o efeito de um computador ligado. Esta indumentária tinha como
subtexto um manifesto filosófico mandando para a lixeira os excessos
de nosso ego narcísico e demolidor. “Meu
mundo submerso”, era a indumentária de um ator feita
de radiografias dos ossos e pulmão do próprio autor –
de João Rocha - “O olho que vê”,
a atriz vestia uma roupa feita de olhos de botões indicando os
olhos que vêm e são vistos - de Lílian Bedran. “Ritos
Xamânicos”, roupa carregada de símbolos religiosos
referentes aos ícones valorizados - de Geozeli Camargos.
No palco do Francisco Nunes o Grupo Oficcina
Multimédia apresentou o IN-DIGESTÃO
2002, que ainda faz parte do repertório do GOM.
Trata se de uma instalação
cênico/sonora que se configura como manifesto de desagravo contra
a má qualidade de vida a que estamos sujeitos e refere-se àqueles
“sapos” que todos tivemos que engolir alguma vez na vida.
Os personagens vestem-se de sucata urbana e têm nomes de carros:
Chevete, Belina, Santana, Fusca, Opala. Juntos comportam-se como num trânsito
caótico e ruidoso, resultante da própria saturação
sonora e visual que caracteriza a paisagem urbana das grandes metrópoles.
O texto, assim como o vídeo, resulta numa colagem nervosa de palavras
e sons explosivos cuja fonte vem dos próprios adereços cênicos,
além dos baixos elétricos e dos sons vocais. O personagem
capturado é o IN-DIGESTO, um Anticristo falido, prisioneiro e vítima
de sua própria indigestão, numa referência à
um projeto de recuperação e resgate do ser humano que entrou
em colapso.
No dia 17 o Bloomsday se estendeu para a
FEA com uma palestra de Sergio Laia (E.B.P) “Era
J.Joyce um louco?” Após a palestra, foram exibidos
dois filmes: “MUNDO SUB-IMERSO”,
de Júlia Morena, Poliany Morais Figueiredo e Daniel Duarte Ribeiro,
feito especialmente para o evento; e “Ulisses”
de Joseph Strick (1967).
Participaram desta edição alunos do GOMIRIM, Mauricio Carneiro,
Flavia Araújo, Sara Moreno, Maira Nassif , Mônica Vaz, Rebeca
Vaz, Maria Fernanda, Silvia de Souza Lima, Victor Lopes Mello.
Obs.- Tentamos resgatar com a maior fidelidade
possível os diversos Blooms Day que comemoramos . Levando em conta
que esta reconstituição foi baseada na nossa memória
e na fala oral de outros participantes deixamos um espaço aberto
para correções necessárias por parte daqueles que
participaram destes eventos e não foram citados, ou mesmo para
outros dados incorretos. Antecipamos desde já nossas desculpas
por qualquer lapso.
2003 -
O Bloomsday teve inicio no dia 15 de junho, com um “Debate Virtual”
mediado pelo psicanalista Ram Mandil e pela professora Magda Velloso.
Incluímos o link do texto de Carolina Ferreira
“Irlanda Sangrenta – uma questão religiosa”.
No dia 16 de junho o Bloomsday, foi realizado na Fundação
de Educação Artística envolvendo leituras de Joyce
vistas sob a ótica das artes plásticas, dança, além
de encenações teatrais, textos e exposição
de bonecos confeccionados pelos integrantes do Grupo Oficcina Multimédia.
Neste mesmo dia, a professora de História Moderna e Contemporânea
da PUC-MG, Elisabeth Guerra Parreiras fez uma palestra, onde relacionou
o roteiro com a questão política da Irlanda. Depois da palestra,
exibimos o vídeo “A Casa d’O’ Shea”, (realizado
pelo Grupo Oficcina Multimédia, inspirado no fragmento de mesmo
nome extraído do livro Finnegans Wake e o filme “Nó
na Garganta” de Neil Jordan. Encerrando o evento com o Quinteto
Dialeto que apresentou músicas de compositores contemporâneos,
tais como Astor Piazzolla e Rufo Herrera.
2004 – A comemoração
dos Cem (100) anos do Bloomsday, durou 4 dias, abrangendo uma diversidade
de atividades envolvendo diferentes possibilidades da expressão
artística.
A pré-comemoração realizou-se para convidados no
Café Kahlúa no dia 12 de junho. Leituras de textos de Joyce,
apresentação da palavra-trovão e performances a partir
de fragmentos do livro Finnegans Wake.
O evento teve início no dia 13 de junho com um percurso de noivas
performáticas o “Bomde Joyce”, circulando pela Praça
da Liberdade, enquanto um alto-falante divulgava um fragmento de Finnegans
Wake de Joyce, com música de Claude Debussy, Clair de Lune. A comemoração
se estendeu até o dia 16 de Junho no Centro de Cultura Belo Horizonte,
constando na sua programação:
Interferência cênico-musical da Palavra-trovão; intervenção
performática que mesclava vídeo e ação cênica
spbre o monólogo de Molly Bloom com a atriz Mônica Ribeiro;
concursos de vídeo Joyce até 5 minutos, de peças
gráficas Joyce 2004 e de objetos-símiles Hum,
mas isso é a cara de Joyce; além de exibição
de vídeos produzidos pelo Grupo, exposições baseadas
em uma pesquisa sobre o autor, performances de estátuas vivas de
Joyce; palavra aberta para a leitura de texto de Joyce; debates com Magda
Velloso, Thomas Burns e Sérgio Laia ( autor de Os escritos fora
de si - Joyce, Lacan e a Loucura). tendo como temas :‘A linguagem
de Joyce’, ‘Violência e política na literatura
irlandesa’ e “Uma visão psicanalítica de Joyce’;
palestra com: Ram Mandil: “Introdução a Joyce”(
Autor do Livro Os efeitos da letra: Lacan leitor de Joyce).
Premiamos os vencedores dos concursos com os livros de Sérgio Laia
e Ram Mandil.
Numa semana antes e no dia do evento participamos do projeto Leituras
Abertas, uma promoção do Centro de Cultura Belo Horizonte
que visa atingir o público aficcionado da biblioteca e que dificilmente
se interessa por outras atividades. Nesta ocasião fizemos um concurso
entre os integrantes ganhando quem conseguisse atrair-lhes a atenção.
O concurso era previamente esclarecido ao público que a partir
de então mudou sua atitude com relação a essa performance...
Neste mesmo dia fizemos uma leitura de um fragmento de Finnegans Wake
tendo como tema a noiva que se viu abandonada pelo noivo e que triste
esperava por um novo fan,triste e tasma!
O encerramento se deu com a sonorização de DJ Corte Seco
no antigo Café no Castelo (CCBH) .
contato: contato@oficcinamultimedia.com.br
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