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Vencedores da Bienal dos Piores Poemas 3 (BPP3)

  


PRIMEIRO LUGAR: LEÃO DE OURO

O MAR

Hai kaldo

O mar me convida a entrar...
O mar me expulsa de lá!
Coisa mar mal educada.

(Carlos Cleveland)


SEGUNDO LUGAR: LEÃO DE PRATA

NÃO GOSTO DO MAR

Não gosto do mar.
Todo mundo gosta
mas eu não gosto.
E ninguém tem nada com isso.
Mas vou explicar
P'ra ninguém encher o saco.
Você chega na praia.
A areia tá muito quente.
A areia tá toda suja.
Entro na água.
Tem cocô boiando.
Desvio de um vem outro.
Chego perto de uma mulher boa.
Ela não me dá bola.
Pensa que não tenho dinheiro.
Tá certa.
Não tenho mesmo.
Tô na merda.
Por isso o cocô da água me persegue.
E depois aquelas ondas
Não me deixam sossegado.
E o pior de tudo
É que o mar é muito molhado
E também muito salgado.

(MAR CADO)


TERCEIRO LUGAR:LEÃO DE BRONZE

GESTO PSEUDO - SUICIDA DE CARÁTER POÉTICO

Se eu fosse um peixinho
Soubesse nadar
Levava minha alma
Pro fundo do mar

(Sereiazinha Solitária)



OS 20 POEMAS PREMIADOS SEM ORDEM HIERÁRQUICA

ERA UMA CASINHA QUE FAZIA PENSAR...

Eu tinha uma linda casinha
No vale do Jatobá
Ela era toda branquinha e
Ficava de frente pro mar

Todo o dia bem cedinho
Logo depois de me acordar
Ia correndo pra janela
E lá ficava a especular

Um dia um passarinho
Veio, parou e ficou a me olhar
Trazia no seu biquinho
Um raminho de araçá

Vendo-o assim tão gracioso
Disposto a se comunicar
Quis saber como pensava
Aquela cabecinha peculiar

Oh! Lindo passarinho
Que voa sem nunca se cansar
Me conte como é o mundo
Daquele lado de lá!

Suave como uma brisa
Com seus olhos cor do mar
Ele largou seu raminho
E começou a falar:

Queres saber se por acaso existe
Algo de novo por lá?
Vou lhe contar a verdade
Sem querer lhe decepcionar

Se neste mundo onde vives
Vistes a dor e a lágrima a rolar
O mesmo posso dizer-lhe
Passa-se do lado de lá

Se neste mundo onde vives
Vistes loucos homens a sonhar
O mesmo posso dizer-lhe
Passa-se do lado de lá

Lá também alguns caminham
Sempre pensando no seu bem estar
Destratando as flores desfolhando amores
Ignorando as dores e provocando pesar

Lá também existem aqueles
Que querendo se humanizar
Burilam a alma corrigindo as falhas
Certos que um dia vão se melhorar

Assim falando o passarinho
Pegou com o bico seu raminho de araçá
E leve e rápido como um ventinho
Foi-se embora e desapareceu no ar

O mundo é como um grande espelho
O daqui reflete o de lá
Da mesma forma aquilo que fores
Rebaterá inexoravelmente como as ondas do mar

(Almir Klink, ao voltar de sua décima quinta expedição no Ártico)


QUEM NÃO TEM INVENTA

Mineiro não tem MAR
mas tem MARtanha!

caboquim


MELANCOLIA MARÍTIMA

Ah!!! O mar!
Ah!!! A mar!...

Morena Desiludida


Poema !! Muito inteligente prá época !!

Oh, vanguardas dos mares abstratos...
A ti, leguei meus abrolhos e prolhos amargos...
Deixei-te ver pela fresta omoplata, as ondas
que por vezes amasta-se, aos reles mortais proclamados..

Enfim guardarei-te aos meus pés desnudos,
qual Adão em que viestes ao mundo,
dos quânticos universais seletos campos...

Oh ! Oh !
Prazer....prazer....
Sofrer....sofrer....
Deus !!!Porque traze-me a ínfima dor !
Pois de dor, Poseidom, Titanic, Beneton, paladar...
O ar, o ar, o mar....
Agora vai , vai !
Insuma-se portento berilo párido.
Portenho casto de azul de armário,
Veste-se de Lua em paciente escala.
Agora vem, vem !
Gorlácula linda dementildes Craviola....
O céu peregrino a ti assola,
qual lâmpada cujo alarde sonhas-te sempre e sempre...

(VLAD)


MAR, SÔ!

O mar é o lugar
ideal pro suicida
se afogar.

Os peixes adoram
o mar...
Também pudera,
Não sabem voar...

Mas acima de tudo,
o mar continua sendo
um ótimo lugar para
se cagar.

Gilberto Nascimento


SEREI-A

mar de ROSAS
mar de MARCOS
mar de LAMAS
mar de MERDAS

marotomia


Mares diversos

O mar dito amigo
O mar dito amor
O mar dita vida
Que não deu-me uma bela vista
O mar dito amigo
Levou o mar dito amor
Para ver a bela visa do mar
Junto do mar se amar ram
E minha tristeza foi tamanha
Que amar gurei a mar ior tristeza de minha vida
Culpei-a eternamente.
O amor no mar era para ser meu
Ah... mar dita vida!
Ah.... mares diversos....

Ass. O Mar dito


O mar [e a bosta]

A bosta bóia no mar
E no mar ela navega
Também, se não boiasse, isso seria
[uma bosta]
No infinito do mar, ela segue até a costa.

Porque o mar?
Porque a bosta?
Ambos juntos, na profundidadedo mar, e na profundidade
[da bosta]
Na onda à inconstância da alma se mostra ...

e o meu poema fica uma bosta.

Por: Vitor Vasconcelos
Jonatas Cassiano
Lucas Viana
Marcelo Araújo


Poema Épico: Romanceiro Mineiro

Batendo a cauda nas pedras
Ei-la náufraga em mareios
Queria baba-de-moça, vatapá, churrasco, tremoço
Sofrendo em seus devaneios

Os cabelos eram densos, negros como asfalto quente
Penteados docemente, nas profundezas do mar... era sereia-serpente

Quem era? De onde vinha? Da Grécia de Menelau.
Foi parar em Tiradentes pela dúvida levada
A face em esgar contrito, as tetas pingando lácteas
O sal nas faces correndo, morfética, a desgraçada.

Não sabia o que queria
Queria o que não teria
Faria o que restaria
Mataria em vilania
E tudo terminaria
Como tudo terminou

Meu dito e meu feito
Sereia desvairada,
de corpo e alma abrasada,
gulosa, pecaminosa, snob, furunculosa
Presa ao mundo das paixões, deixou-se levar um dia
saindo da água fria em direção à secura
De Minas em desventura
Pensando que tudo é pão.
(Mas a vida não é assim não, viu darling)

Rodou por todo o Brasil
Dizendo-se muito British
Fazendo pose de alteza, Mademoiselle La Sirene
Era a crème de la crème
Enganando brasileiros, coitadinhos, pobrezinhos, famintos gabirus
(dizem que comem iguana importado de Tijuana)
Porque, no fundo no fundo, brasileiro gosta. e gosta mes.
De que?
Numa análise sócio-semiótica poderíamos comprovar, sem a constatação do óbvio que é da natrureza brasileira, a dependência cultural desde que os poretugueses chegaram e montaram no Pau Brasil. Pelo viés do opressor, pode-se dizer da dominação cultural, mesmo com o manancial inexaurível de manifestações cultuais, poético-literárias, mais a variegada flora e fauna de causar inveja até em Nova Iorque, seus besta. Como disse Kant em seu leito de morte na pacata Königsberg: Das ist Gut. De Platão ficou apenas a Lenda da Diotimia, O Mito da Caverna sem nos esquecermos, naturalmente de Santo Agostinho que preconizou, efetivamenbte, as bases do cristianismo de extração neo-platônica, a ser posteriormente, no Século XIV da era cristã, naturalmente, completamente revista à luz do Aristotelismo até que Lutero lançasse suas teses baseadas no Evangelho segundo São João. Aí, s minino, foi um pega pa capá. O maió rebuceteio porque Sartre não se conteve e defendeu os direitos das sereias viverem onde elas bem quisessem. Mas, honey, ele não entendia nada de piscicultura e não sacou que sereia não vive na areia. O barato dela é NaCl diluído em H2O mesmo. Fazê o quê? Deixa a menina, tadinha.

Mas ela era impossível. Queria dominar o Brasil desde o Planalto Central e muita gente, inclusive a Mãe Diná já tinha previsto que a besta fera um dia sairia da água fria pela via da folia e ia parar em Minas. Já pensou? Sereia em Minas. Nem feng shui, nem numerologia, nem astrologia, nem quiromancia dá conta, uai.

Nas bandas de Mato Grosso, saiu de lá feito um osso, comeu pequi com caroço, dizendo-se muito up(e deu no que deu. Por isso que é bom pensar: quem escolhe, sai escolhido. Fica no seu cantinho, não se mete na vida de ninguém porque quem cedo madruga, Deus excomunga e manda lá para o World Trade Center.escavocá escombro. Xi. Sai pomba gira. Segura a gira, não deixa a demanda entrar.

Rodou areal da Bahia,
em busca de companhia,
a cadela fescenina
fingia que não sabiamas sabia o que queria
porque na boca de quem não presta
mentira vira verdade
verdade, felicidade
falsidade, veracidade
e leviandade saudade.
E tudo é ilusão.

No fundo queria tutu à mineira, cachaça, rapadura, quentão, jujuba, torresmo
Ai meu Deus, Libertas quae sera tamen
Me dá meu triangulinho vermelho
porque eu quero é rosetá.
Esnobou o Guarujá
Parati, virgem Maria
cantou feito cotovia
comeu melancia na baciada tia Maria que vem a ser concunhada e, ao mesmo tempo bisneta prima-irmã de Marília de Dirceu. entendeu?
Sereia, Sereia rara
O que queres tu escrava, de seus caprichos cruéis?

Quis vender o seu corpinho (cinturnha de CD), comer comidinha caseira feita no borralho, só para satisfazer aos seus desejos recôndidos de Vera Fischer. Vagabunda. Vai vê só o que vai sobrar para você no final deste épico, sem réplica nem tréplica.
Nem sabia dizer uai, mais foi gritando ais que ecoaram no Maranhão,
Cozinhou no Pará receitas de abará, no Rio Grande foi um blefe, fingindo-se de morta, entrando em qualquer porta, pensando estar em Roraima, descobriu a Serra da Bocaina.
O que buscava era cama, entregar-se a um deputado (e por tudo o que eu mais ore) queria um bom pró-labore, a infeliz malufista. Deu para o Collor com carinha de sóror.
Mas era apenas esboço
Leitosa, escamosa, charmosa, miraculosa, mentirosa.

Foi a gula que a levou
Das praias pernambucanas
Pela costa muy lejana
até Long Beach (SP)
de onde, a desgraçada, embrenhou-se pela mata, arrastando-se peçonhenta
em busca de um feijãozinho, daquele bem mineirinho
pensando que pós besteira
quiçá reencontraria, o mesmo mar de onde, um dia
saiu sem eira nem beira

Bocuda, esganada, raposa
abandonou em desatino
seu reino de águas claras
por tutu, mandioca frita, fazendo-se de bonita, de vestidinho de chita, com carinha de Paquita.

Até que um dia, um mocinho ia passando e ela falou assim:
O moço, deixa eu segurar um pouquinho no pinto do senhor, por favor?
Ele, um mineiro, altaneiro, de todos sempre o primeiro, conhecia o Rio de Janeiro, mas nasceu em fevereiro, de família de dinheiro, de Nossa Senhora do Desterro romeiro. Deixou.
Ela buscava um mar em Minas. Porque queria reinar absoluta, esplêndida em suas escamas de madrepérola, torneadas com debruns de organdi, seda, alpaca, algodãozinho ralo, tergal, microfibra, tencel, laise (é assim mesmo que se escreve? Estou sem o aurélio). Jeans também. Indigo blue é melhor.Sua vida era um engodo, pensando que mineiro é bobo.
Ele passou a vara nela.
Ela ficou toda desmilinguida porque o apelido dele era : Ao Falo Etrusco.

Findemos nossa história
Já não se canta mais glória
Porque falta à memória
Sabor de viva vitória
quando tudo é teoria.

Tresloucada pelo Mineiro
ela quis no tira teima
intoxicar-se da goloseima
que cria ser seu maná
E molhou tanto o biscoitodo mineiro já afoito
a grega sereia fanha
morreu e de seu rabinho
brotou de água um olhino
que prontinho se secou.

Hoje contam nas tardinhas
ao pé de arvore daninha
que a tara era tamanha
como tamanha é a Europa
Ela, cheia de manhafoi secando, foi secando
ao sol inclemente e, então
Surgiu, surgiu
mansamentcomo o algodão se apanha
um chumaço em alvaiade
que se chama
Mar de Espanha.

Anônimo 3


Soneto do Zeca

Em algum lugar do Nordeste
Em uma praia abandonada
Um pescador chamado Zeca
Pesca pensando na namorada

Em certo dia de mar bravio
Zeca viu Laura com um vestido
Um vestido branco de bolinhas
Bolinhas do mar e da espuma de frio

Em pé na ponta do rochedo
Zeca viu sumir aquele vestido
Nas ondas do mar, do mar bravio

Nas ondas do mar, do mar bravio
Zeca derramou seu choro azedo,
Seu suor de medo, suas lágrimas de crocodilo.

Júnia Pereira


Cinéfilo Prisioneiro do Amor

Ancouraçado no ]Botekim
Te espero
Amarrado

(Trotsky)


"Ardei"

Já andei sobre brasa, mora!
Mas no dia em que não me concentrei
Fui correndo para o mar
Queimei, "ardei".
Hoje sou uma brasa, Mara!

Carlos Cleveland


maRÍTiMO

Na orla do mar
marolam:ooOOOmMMrrrs
CHUUAaaaassssssschiiiimmmns
por obras~~ondas~~
~~~~marítimicas~~~~
Mas nos altos mares
não se ouve marolas
Apenas um chamado insinuante,
(Vem cá meu maroto dengozo!)

Das sereinhas marvadas!


POEMA DE SETE MARES

No meio do mar
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do mar:
eu que joguei.

Carlos Drummond de Verdade


O MAR QUANDO QUEBRA NA PRAIA PERDE A GRAÇA

O mar
quando quebra na praia
perde a graça.

Demerval Caymmi


ESTRELA-DO-MAR DA MANHÃ

Vou-me embora pra Guarapari:
lá sou amigo de um gay
que deixa eu montar minha barraca no quintal da casa dele.

Manoel Bobeira.


Poeminha Marinho Concreto

Si
des
ci

Ci
des
si

Si
des
ci

See the sea...

(Sereianareia)


Nesta edição BPP fizemos uma homenagem ao poeta Paulo Leão.

Discurso de homenagem:

Gosto muito de você leãozinho,... é você mesmo Paulo Leão nosso vizinho de praia que nasceu olhando pro mar com o coração na poesia e na cabeça o lema EASY BUT NOT TOO MUCH e que sob os auspícios da deusa Iemanjá. vociferou tremulantemente épico “...quero um lago de um azul infinito translúcido para nele construir minha Atlântida e nela viver submerso eu e minha obra... subterraneamente eu e minhas obras subterrâneas, subaquáticas a minha marca a marca de minha obra subterrânea/ subaquática água e montanha submergindo e emergindo delas o poeta/sereia da evolução/revolução ix ....verei com esses olhos implacáveis as modificações, as transformações boas ou más que se processaram no meu habitatubrs...
sons estridentes,
vozes motobusinantes
poluar nucleoso,
fumaça asfixiosa,
cartazes propagandas
visoagredindo
visoimpingindo
sintetilatas
alimentobarramorte
urbanogentes em metroespaços gravaenforcados empastados JamesBondeanamente correndocorrendo atrás da morte enfartiosa do dinheiro e a saída?...” A poesia e assim viveu Leão ferozmente burilando palavras maletando na órbita das Gerais com Bill Bicalho Daniel Costa , Renato Negrão, Gilberto de Abreu ,Julio Emilio Tentaterra, Marcelo Dolabela, Paula Farhat, Serginho Borges ,Teodoro Rennó Assunção estas feras e outras gentes, “...nas estratoferas da mente, entes, feras gentes de todas as espécies para depois morrer e nascer de novo, feras entes crentes, morrer de novo voltar as estratosferas da mente...” e mais Jannis Joplin deusa de Sienna em Woodstok onde desembarcou Leão “...com sua alma negra queimando o coração que explodiu e com gaivotas loucas on the blue sea...“ evaporou no azul do mar embalado/embevecido com a morte com quem flertava de longe agendando e desagendando encontros... “...sim marquei com ela há alguns dias e não fui ao seu encontro mas sei que ela me espera estática em alguma esquina da vida atrasei a este encontro pois apareceram coisas terrenas bem mais atraentes, mulheres... loucuras todas estas que a vida tem para enganar a gente ...mulheres apareceram algumas... e loucuras basta viver para conhecê-las é o dia a dia , mas e... a morte? ... quem sabe a morte me espera, que posso fazer pra escapar dela ?...é só não ir ao seu encontro mas isso é impossível!!!” That’s impossible!!!!... cismava indagante e pouco eloqüente adiava a hora fatídica “... fique mais um pouco em sua esquina estática... espere-me que talvez não demore muito... quem sabe...” e insistia com ela, num triste colóquio sentimental “.... fique...fique um pouco mais em sua esquina...um pouco mais...um tempo mais. ....um tempinho só..”. enquanto isto um copo na mão brindava à vida e aos amigos na paz e no amor idílicos dos poetas navegantes, proclamando aos quatro cantos:
“...prefiro a cachaça sem IRA do que o uísque com sangue ...”Brindemos ! Brindemos pois o Leão enquanto ele está vivo!