Histórico
das Bienais dos Piores Poemas
1ª
Bienal dos Piores Poemas - 1998
DATA: 22 DE DEZEMBRO DE 1998
Local: ESPAÇO CULTURAL ZONA LESTE - Rua Maestro Dele Andrade -
1010 - Santa Efigênia
A PROGRAMAÇÃO DA 1ª BIENAL DE PIORES POEMAS FOI DIVIDIDA
EM DOIS DIAS:
TEMA:
RÉPLICA BEM HUMORADA À 1ª BIENAL INTERNACIONAL DE
POEMAS REALIZADA EM BH, INSERINDO NO EVENTO UM CARÁTER DEMOCRÁTICO
QUE ABRE ESPAÇOS PARA OS EXCLUÍDOS E DEMAIS INTERESSADOS
NA ESCRITA POÉTICA.
PRIMEIRO DIA NO ESPAÇO CULTURAL ZONA LESTE,
21 DE DEZEMBRO DE 1998
“Exibição do filme “Titanic” de James
Cameron (cópia dublada)
POR QUE EXIBIR O FILME “TITANIC”?
Naquele ano (1998) o filme “Titanic” ganhou 11 estatuetas
do Oscar Norte Americano. Exibir este filme em cópia dublada na
BPP1 foi uma maneira de ironizar uma premiação conferida
a um filme de gosto duvidoso e confirmar paralelamente a famosa frase
de Nelson Rodrigues. Toda a unanimidade é burra!
SEGUNDO DIA NO ESPAÇO CULTURAL ZONA LESTE
,22 DE DEZEMBRO DE 1998
REUNIÃO DOS “DEUSES DO OLIMPO”
– Os “Deuses do Olimpo” foi o nome dado à
banca examinadora da 1ª Bienal dos Piores Poemas. Instalados num
espaço separado do público por um vidro, os “Deuses”
podiam ser vistos pelo público, como se estivessem em uma vitrine.
Da Vitrine-Olimpo a banca reuniu-se para avaliar in loco os poemas inscritos.
Os componentes da banca foram: Mônica Medeiros, Mário Henrique
Pazzine Couto, Amauri de Paula Conceição Vieira, Marcelo
Chiaretto.
ENTRADA SOLENE DOS “DEUSES DO OLIMPO”
- Entrada triunfal dos “Deuses do Olimpo” com o corte
da faixa simbólica da abertura da Bienal dos Piores Poemas. A solenidade
foi ilustrada pelo filme “BEN-HUR” de William Wyler, neste
filme, os personagens centrais são romanos vestidos com roupas
do século II a.c., habitando suntuosos Palácios Imperiais.
PALAVRA ABERTA – Leitura de poemas
inscritos na BPP1 – foram sugeridas pela organização
do evento várias categorias a fim de classificar os poemas: poema
psicológico, poema existencialista, poema social, poema sonoro,
poema erótico, poema político, poema terminal, poema musical,
poema lírico, poema filosófico...
A LEITURA DOS POEMAS VENCEDORES - feita
pelos Deuses do Olimpo, e entrega das medalhas nas categorias: Poema erótico:“
Por no ou por na that’s the question” (Sheik-Espirro) Poema
Político: “Eu Prometo” (Araponga) Poema Romântico:
“Vovô viu a uva” (Peninha) Poema Filosófico “
Que é isso?” ( Escriba)
LEITURA DE POEMAS – Espaço aberto
ao público para leitura de poemas ao vivo.
POEMAS VENCEDORES:
Poema Erótico “ Por no ou por
na that’s the question” (Sheik-Espirro)
Poema Filosófico “ Que é
isso?” (Escriba)
Poema Romântico “Vovô
viu a uva” (Peninha)
Poema Político “Eu Prometo”
(Araponga)
CURIOSIDADES SOBRE AS BIENAIS:
BPP1
Quando exibimos a versão dublada do filme Titanic, acreditávamos
que a crítica estivesse implícita e a reação
do público fosse conivente com nossa atitude. Muito pelo contrario!O
público, para grande tristeza nossa, assentou-se e assistiu no
telão o filme na sua versão integral!!!! Mas que decepção!
2ª
Bienal dos Piores Poemas - 2000
PERSONALIDADES HOMENAGEADAS: PAULO LEMINSKI
E GLAUBER ROCHA
LEMAS: “DISTRAÍDOS VENCEREMOS!”
“BASTA TER UM LÁPIS NA MÃO E UMA IDÉIA RUIM
NA CABEÇA!”
Locais de realização: TEATRO MARÍLIA
E ESPAÇO CULTURAL ZONA LESTE
DATA: 18 E 19 DE DEZEMBRO DE 2000
PROGRAMAÇÃO DO 1º DIA
ABERTURA – TEATRO MARÍLIA (dia 18 de Dezembro):
Entrada a (R$3,00) com direito à “IN-DIGESTÃO”
(espetáculo do Grupo Oficcina Multimédia – FEA) e
variada programação.
O Grupo Oficcina Multimédia apresenta “In-Digestão”-
“IN-DIGESTÃO” uma instalação cênico/sonora
dirigida por Ione de Medeiros que se instala como manifesto de desagravo
contra a má qualidade de vida a que estamos sujeitos, embutidos
na pseudo modernidade das grandes metrópoles. A encenação
compreende cenário e figurino feitos de sucatas extraídas
do universo urbano e o texto, resulta numa colagem de palavras explosivas
tendo como suporte o apoio de sons ruidosos cuja fonte vem dos próprios
adereços/objetos cênicos, além dos baixos/elétricos
e dos sons vocais.
Elenco : Daniel Antony, Juliana Guerra, Victor García, Leandro
Acácio, Dulce Coppedê, Rafael Otávio.
Direção: Ione de Medeiros
BANCA EXAMINADORA
Adyr Assunção
Tarcísio Ramos Homem
Augusto Castro
Mônica Medeiros Ribeiro
PROGRAMAÇÃO 2º DIA
ENCERRAMENTO
Com entrega de medalhas e leitura dos poemas
premiados foi no dia 21 de Dezembro às 20:00h no espaço
cultural ZONA LESTE na rua Maestro Dele Andrade, 1010. Santa Efigênia.
(R$1,00)
POEMAS CÊNICOS
- “PAPAI NOEL CAPOEIRA” –
Instalação Cênica do ator Rafael Otávio. O
ator, vestido de Papai Noel tocava musicas tradicionais de capoeira usando
um berimbau debaixo de uma árvore localizada na entrada do espaço
ZONA LESTE.
- “A MENINA DA CAIXA DE FÓSFOROS”
– Intalação Cênica da atriz Juliana Guerra
inspirada no conto “A menina da caixa de fósforos”
de Hans Andersen.
- “SINO DE BELÉM” – O
ator Leandro Acácio constrói um grande sino com materiais
alternativos (bojo de máquina de lavar e ferros), que foi dependurado
no teto da Zona leste . Vestido de sacerdote, o ator bate o sino de quinze
em quinze minutos anunciando a chegada do natal da Bienal.
- “A ASCENSÃO PELA ESCADA DA FAMA”
– A idealizadora e coordenadora da “Bienal dos Piores
Poemas”, Ione de Medeiros, sobe a escada da fama
POEMAS VENCEDORES:
Categoria Poema Sonoro “House Sweet
House” (Anderson Nóia)
Categoria Poema Satírico “Vênus”
(Vera Fisher)
Categoria Romântico “Sabor”
(Jacira Rodrigues)
Categoria Filosófico “ Tinhoso
e Manhoso” (Roney Quirino)
Categoria Psicológico “Falsa
Identidade” (Rômulo Gabriel)
Categoria Social “Adélia Prado”
(Loris Low)
Categoria Homenagem “Poesia Concreta”
(Loris Low)
Categoria Pornografia “ Miss Venezuela”
(Loris Low Lorena Katz)
Categoria Político “La
la lau” (Sheik)
Hors Concours “Dallas e Caribe”
(Big Dick)
CURIOSIDADES SOBRE AS BIENAIS
BPP2
Esta versão foi bastante provocativa!
No saguão do teatro Marília houve uma exposição
de poema/objeto, entre eles: “Ouro de Tolo” do poeta Pig Floyd
que consistia num chiqueiro para um porco de verdade que cheirava muito
mal na instalação: junto dele, sua marmita, garfo, uma garrafa
de cerveja,moedas e dinheiro em notas simbolizando suas economias. No
poema/objeto, Natal! Cristo Olhai pra isto” do poeta Jésus,
um Papai Noel com um sininho tomava conta de um Cristo representado por
um boneco/bebê crucificado.Suas mãos eram pregadas numa cruz
com um prego, e na sua cabeça foi colocado uma coroa de espinhos
feita de arame farpado. Neste mesmo espaço, havia um mini-museu
contendo objetos encontrados em comida de self-service tais como lascas
de unha, fios de cabelo, brincos e anéis.Alí também
forma instaladas as 1.000 Caixas Verdes (Homenagem ao último trabalho
de M. Duchamp) em carrinhos de mercearia da artista plástica Adriana
Peliano, constituída por caixas surpresa, colagens de uma embalagem
de um produto industrializado com um conteúdo qualquer. Num outro
poema/objeto, Kombi BH 2000 – Mini caixa de madeira com compartimentos
circulares (porta pesos de balança antiga) onde foram inseridos
rostos de anões de borracha numa crítica à insipiente
invasão dos perueiros no transporte coletivo de Belo Horizonte
no ano de 2000.
O público entrou para o teatro estimulado com estas intervenções.
Quando apresentamos o espetáculo multimeios In-digestão,
um jovem “punk” subiu ao palco querendo participar da cena
e o elenco o lançou de volta para a platéia.O público
não sabia se esta intervenção fazia parte do espetáculo.
Muitos acreditaram que sim, e adoraram!!!!
3ª
Bienal dos Piores Poemas - 2002
POETA HOMENAGEADO: PAULO LEÃO
TEMA: AH! O MAR!
DATA: 18 DE DEZEMBRO DE 2002
LOCAL: Salão do Clube dos Sargentos do Primeiro
Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais - Praça
Floriano Peixoto - Santa Efigênia
PROGRAMAÇÃO
ABERTURA
“O CANTO DA SEREIA NOSTÁLGICA”
Instalação de Ione de Medeiros, com o ator Escandar Alcici
Curi.
“DISCURSO DE ABERTURA” por Ruth
e Raquel, assessoradas por Tonho da Lua, Performance de Jonnatha Horta
Fortes, Guilherme Morais e Henrique Mourão
BANCA EXAMINADORA
Marcelo Dolabela
Teodoro Rennó Assunção
Ricardo Aleixo
O DESENVOLVIMENTO
“SHOW DE VIDIGAL E BANDA”
“MÚSICA AMBIENTE” –
DJ Leandro Acácio
“CAMELÔS DE FAROL” – Participação
de vendedores ambulantes de água de côco, bijuterias, picolé,
redes nordestinas, acarajé, sanduíche natural, refrigerantes,
chup chup e cerveja, c.
“LANÇAMENTO DO VÍDEO –
UM MINEIRO NO RIO DE JANEIRO” (Ione de Medeiros) e APRESENTAÇÃO
DO DOCUMENTÁRIO SOBRE O POETA PAULO LEÃO (de Túlio
Travagli)
“HOMENAGEM AO POETA PAULO LEÃO”
“INSTALAÇÃO POÉTICA”
(Jimi Vieira)
“DISCURSO EM HOMENAGEM AO POETA PAULO LEÃO
E LEITURA DE SEUS POEMAS”
“BRINDE REGADO À ÁGUA ARDENTE
MINEIRA - CACHAÇA DONA”
O ENCERRAMENTO
“LEITURA DOS POEMAS ELEITOS PELO VOTO DOS INTERNAUTAS”
“ENTREGA LEÃO DE BRONZE, LEÃO DE PRATA E LEÃO
DE OURO”
POEMAS VENCEDORES
LEÃO DE BRONZE “Gesto pseudo-Suicida
de Caráter Poético” (Sereiazinha
Solitária)
LEÃO DE PRATA “ Não
Gosto do Mar” (Mar Cado)
LEÃO DE OURO “Hai Kaldo”
(Carlos Cleveland)
CURIOSIDADES DAS BIENAIS:
BPP3
A terceira Bienal, foi inspirada na nostalgia que o mineiro tem do mar.
Escolhemos então o restaurante do quartel da Polícia Militar
de BH e, para conseguirmos esta locação, tivemos que descobrir
a melhor maneia de explicar ao capitão responsável pelo
espaço, a natureza conceitual de uma Bienal dos Piores Poemas.
Na entrada uma sereia acenava para que as pessoas se aproximassem. Muitas
falhas reais deram uma veracidade excessiva ao “pior” tais
como o telão, que deveria projetar um filme e falhou, o atraso
de duas horas por parte das Drag-Queens apresentadoras do evento, “o
bolo” que levamos dos vendedores de rede, bijuteria, água
de coco, e sanduíche que se comprometeram com o evento e não
compareceram, e, o fato de que, por uma falha na organização,
na hora da leitura dos vencedores, todos os poemas estavam misturados
ocasionando grande embaraço por parte dos organizadores!
4ª
Bienal dos Piores Poemas - 2004
TEMA:
“TRANSCRIANDO CLÁSSICOS”
DATA: 18 DE DEZEMBRO DE 2004
LOCAL: Centro de Cultura Belo Horizonte – Rua da Bahia, 1149 –
Centro.
No dia dezoito de dezembro de 2004, foi realizada a 4ª Bienal dos
Piores Poemas no Centro de Cultura Belo Horizonte. O tema desta edição
“Transcriando Clássicos” surgiu a partir do poema “O
Anu” transcriado pelo poeta mineiro Carlos Versiani, numa homenagem
ao “O Corvo” de Edgar Allan Poe. Na versão do poeta
mineiro, o corvo sombrio e fantasmagórico de Poe é traduzido
de forma inusitada pelo anu, um pássaro do campo, comum e mal cheiroso.
“O anu”, na versão do poeta mineiro, despertou interesse
em Portugal, pois, em 2005, o poeta português Alberto Pimenta solicitou
autorização para que pudesse usá-la nas suas aulas
de tradução na Universidade de Lisboa.
A partir do tema “Transcriando Clássicos”, os “poetas”
enviaram os poemas transcriados juntamente com a fonte original de inspiração.
Neste evento além da premiação do Anu de ouro, Anu
de prata e Anu de bronze, conferidos por uma banca composta pelos literatos
(Carlos Versiani, Edson Santos de Oliveira, Wagner Moreira e Rogério
Barbosa), incluímos as categorias “menção honrosa”,
a Hors-Concours a qual demos o nome de “Trans-Piração”,
e a categoria “Anu Popular” (com tema livre) eleito pelo público.
PREMIAÇÃO
1º Lugar (ANU de OURO) – No meio
do carmim da roça
Autor: Cumpadi Zé
Poesia Original: No meio do caminho / Carlos Drummond de Andrade
2º Lugar (ANU de PRATA) – Pausa
Concreta
Autor: Rochoso
Poesia Original: Plena Pausa / Paulo Leminsk
3º Lugar (prêmio ANU de BRONZE)
– Pseudotoque
Autor: Lô Evans
Poesia Original: Pneumotórax / Manuel Bandeira
4º Lugar – A Onça
Autor: Boca de Ouro
Poesia Original: O Tigre / William Blake
5º Lugar – Episódio de Valdres
D Ássu
Autor: João Maria das Cruzes
Poesia Original: Episódio de Inês de Castro / Luis de Camões
Menção Honrosa
- Título: Sades / Boca de Ouro
Poesia Original: Sade / Ana Elisa Ribeiro
- Título: Com licença, poética / Shirley
Poesia Original: Com licença poética / Adélia Prado
- Título: Estria Celulite Estria / Geisebel
Poesia Original: Coxas Bundas Coxas / Carlos D. Andrade
- Título: Canção do Tá Mal / Embriagado há
dias
Poesia Original: Canção do Tamoio / Gonçalves Dias
- Título: Pneumotórax / Penélope
Poesia Original: Pneumotórax / Manuel Bandeira
- Título: Omar, português / Mar Morto, Mar Mita, Mar Mota
Poesia Original: Mar Português / Fernando Pessoa
- Título: Ó maminha gentil, que te partiste / Cecil B.
Demilus, Sophia Duloren, Laurinha Trifil
Poesia Original: Alma minha gentil, que te partiste / Luiz Vaz de Camões
- Título: Pense em outra coisa / Ana H.
Poesia Original: For James Dean / Frank O’hara
- Título: La Ciudad / Jorge Juan Jose
Poesia Original: Buenos Aires / Jorge Luiz Borges
- Título : De como Virgulino perdeu a guerra de Tróia/
Gege Goma, Carretel Júnior e Marie Respaldo
Poesia Original: Canto I / Ilíada de Homero
Prêmio Trans Piração
(Hors Concours)
1º Lugar – U(A)IVO
Autor: Boca de Ouro
Poesia Original: O Uivo / Allan Ginsberg
2º Lugar – Salta a Ave
Autor: Malarme
Poesia Original: Um lance de dados / Mallarmé
As cinco primeiras colocações foram contempladas com vales-jantar
no Restaurante La Greppia que apoiou o evento.
Iniciamos a programação no 1º piso do CCBH, com um
discurso de Abertura “O ATO FALHO” lido na abertura do Evento
por Leandro Acácio e Jonnatha Horta Fortes. Carlos Versiani fez
parte da programação e foi convidado para uma palestra sobre
a obra transcriada. Uma instalação plástico/poética
do Grupo Poesia Hoje: RE-Rembrandt Clássicos, constitui-se de uma
performance com poemas e objetos transcriados a partir de piores poemas
de grandes nomes da literatura tais como Bernardo Guimarães, Fontoura
Xavier, Ana Cristina César e Olavo Bilac. O local da performance
foi montado como um labirinto de caixas e iluminação de
luz negra e outros efeitos plásticos e as pessoas só podiam
entrar no local quando eram chamadas pelos atores. O elenco era composto
por: Fernanda Mendonça, Julius César, Leo Gonçalves,
Letícia Féres, Lili Thomaz, Michel Mignote e Renata Cabral.
No 2º piso do CCBH exibimos o filme “O CORVO” (baseado
no poema de Edgar Allan Poe) de Roger Corman.
Estrelado por: Boris Karloff (ator de filme de terror) Vicent Price, Peter
Lorre, além do então estreante Jack Nicholson (85 minutos).
No salão do 2º piso instalamos um “VARAU DE POESIAS”
com poemas vencedores da história das BPPs e poesias compostas
in loco para o Júri Popular com tema livre. Neste salão
o público teve também acesso a exemplares do poema de Carlos
Versiani, “O Anu” em forma de livro de bolso.
No mesmo salão, a artista plástica Adriana Peliano fez uma
instalação de CAIXAS SURPRESA MONTE/ DES / MONTE com a proposta
de promover um deslocamento irreverente e lúdico entre forma e
conteúdo. Estas caixas foram vendidas para o público no
valor de um real (R$ 1,00). Exibimos lâminas em retro-projetor com
cópias de poemas consagrados tais como: “A Encantação
pelo Riso” do poeta russo Velimir Khlébnikov (1885-1922).
Este poema faz uma elegia ao bom humor e ao riso, sintonizando com o bom
humor da transcriação de Carlos Versiani, e da Bienal como
um todo. Outras lâminas com temas variados completavam esta mostra
tais como: “Mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo...”
título que demos para a foto do homem da bicicleta. Trata-se de
uma verdadeira casa/ bicicleta ambulante, com a qual um anônimo
personagem/viajante vai percorrendo o Brasil coletando objetos e construindo
um inventário de mil e um objetos. Organizados sem qualquer critério
hierárquico, estes objetos vão sendo somados no percurso
do viajante pelas estradas de todo o país. Outra obra exposta foi
produzida por Marina Arthuzzi, para a BPP IV. Trata-se de um pássaro
feito de arame dentro de uma gaiola e rodeado de velas acesas reforçando
um tom sombrio para a escultura.
Na BPP 4 exibimos também, um vídeo feito especialmente para
esta edição da Bienal por integrantes do G.O.M. com uma
retrospectiva das bienais passadas, contendo toda a programação
das BPPs anteriores além de curiosidades e depoimentos de participantes.
Mais tarde, aconteceu a encenação ilustrada do poema “O
Anu”, feita pelo Grupo Oficcina Multimédia. Nesta encenação
foram inseridos novos personagens como Alibert – que era amigo e
interlocutor de Quinzinho, o narrador e protagonista do poema, e também
Sô Zico e Sô Dito, que faziam a sonoplastia ao vivo. A Vó
Mozina, também anexada na história, foi inspirada na avó
do poeta Carlo Versiani, Almozina que, segundo as palavras do próprio
poeta, foi uma fonte de pesquisa para a sua linguagem: “As palavras
e os temas utilizados na versão tropical de O ANU, devo a lembranças
dos dizeres de minha avó Almozina e da minha mãe Náia,
ambas nascidas nas brenhas do sertão do norte de Minas”.
A aparição do fantasma da Leonor, saudosa esposa falecida
de Quinzinho deu uma nova interpretação para o poema, reforçando
o amor do personagem pela esposa. O Corvo, ou melhor, “O anu”,
era representado por um ator vestido de preto, trajando chapéu,
sobretudo e óculos escuros. Ele tinha uma comunicação
direta com Quinzinho, como nas lendas do imaginário popular das
cidades do interior, enquanto que os outros personagens não podiam
enxergá-lo senão como um pássaro falante e ao mesmo
tempo fantástico.
Logo em seguida foi exibido o vídeo documentário “Minas,
sem Vergonha!” realizado pelos integrantes do G.OM. Jonnatha Horta
Fortes e Guilherme Morais sobre a Bienal dos Piores Poemas.
Em seguida, aconteceu a sessão de piadas: “Zakliátie
Smékon” (Encantação pelo Riso) numa homenagem
ao poeta Vielimir Khlébnikov com participação de
convidados especiais.
No intervalo aconteceu o Café /Concerto, com participação
da Banda GE (Galera Empolgada) com: Marcos Arthur e Daniel Sam Damaso.
Às 20h30 houve a divulgação dos poemas premiados
e logo depois o Discurso de encerramento “O Sagrado Benefício
da Dúvida” que repete a cada bienal.
Idealização: Grupo Oficcina Multimédia (FEA)
Produção: Grupo Oficcina Multimédia / Centro de Cultura
Belo Horizonte
Agradecimentos: Adriana Peliano, Carlos Versiani, Dodora Horta , Edson
Santos de Oliveira,Wagner Moreira, Eugênio Alves Pereira Macedo,
Rogério Barbosa, Rogério Freitas de Carvalho, Maurício
Carneiro de Rezende.
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